quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Grito dos excluídos!!!

Olá amigos e amigas!!!


Hoje damos inicio ao mês da Pátria, mês que comemoramos a "libertação" do nosso país de Portugal. Mas será que essa libertação existe mesmo???

Pensando nisso surgiu o Grito dos Excluídos 



O QUE É

O Grito dos Excluídos é uma manifestação popular carregada de simbolismo, é um espaço de animação e profecia, sempre aberto e plural de pessoas, grupos, entidades, igrejas e movimentos sociais comprometidos com as causas dos excluídos.
O Grito dos Excluídos, como indica a própria expressão, constitui-se numa mobilização com três sentidos:
  • Denunciar o modelo político e econômico que, ao mesmo tempo, concentra riqueza e renda e condena milhões de pessoas à exclusão social;
  • Tornar público, nas ruas e praças, o rosto desfigurado dos grupos excluídos, vítimas do desemprego, da miséria e da fome;
  • Propor caminhos alternativos ao modelo econômico neoliberal, de forma a desenvolver uma política de inclusão social, com a participação ampla de todos os cidadãos.
O Grito se define como um conjunto de manifestações realizadas no Dia da Pátria, 7 de setembro, tentando chamar à atenção da sociedade para as condições de crescente exclusão social na sociedade brasileira. Não é um movimento nem uma campanha, mas um espaço de participação livre e popular, em que os próprios excluídos, junto com os movimentos e entidades que os defendem, trazem à luz o protesto oculto nos esconderijos da sociedade e, ao mesmo tempo, o anseio por mudanças.
As atividades são as mais variadas: atos públicos, romarias, celebrações especiais, seminários e cursos de reflexão, blocos na rua, caminhadas, teatro, música, dança, feiras de economia solidária, acampamentos – e se estendem por todo o território nacional.

PARA INICIARMOS A APRESENTAÇÃO, SE FAZ NECESSÁRIO DIZER O QUE É O GRITO DOS EXCLUÍDOS

O Grito dos Excluídos é uma iniciativa que se compõe de uma série de eventos e mobilizações que se realizam ao redor da Semana da Pátria, ou seja, de 01 a 06 finalizando-se no dia 07 de setembro, ou um pouco antes, isso depende da realidade local. Não se trata exatamente de um movimento, uma campanha ou uma organização, mas de um espaço de convergência em que vários atores sociais que se juntam para protestar e propor caminhos novos. As principais manifestações ocorrem no Dia da Independência, pois seu eixo fundamental gira em torno da soberania nacional. O objetivo é transformar uma participação passiva, nas comemorações dessa data, em uma cidadania consciente e ativa por parte da população.
Contudo o Grito dos Excluídos não se limita nas ações do dia 07 de setembro. De ponta a ponta do país, podemos subdividir as atividades em um antes, um durante e um depois. Um antes, se nos atemos às reuniões da coordenação nacional, ao encontro dos articuladores, à preparação do material, à divulgação e organização e a uma série de eventos que se destinam à preparação dos agentes e lideranças; um durante quando as ruas e praças das principais cidades do Brasil, com destaque para o Santuário de Aparecida, em São Paulo, onde o Grito e Romaria dos Trabalhadores fazem uma grande parceria. Essas manifestações se enchem de manifestantes, de gritos e de utopia; um depois, no sentido de avaliar e garantir a continuidade das ações, numa espécie de fio condutor que une num único processo os Gritos realizados nesses rincões afora dede grande Brasil.

COMO NASCEU E QUEM PROMOVE O GRITO DOS EXCLUÍDOS?

O Grito nasceu de duas fontes distintas, mas, complementares. De um lado, teve origem no Setor Pastoral Social da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), como uma forma de dar continuidade à reflexão da Campanha da Fraternidade de 1995, cujo lema – Eras tu, Senhor – abordava o tema Fraternidade e Excluídos.
De outro lado, brotou da necessidade de concretizar os debates da 2ª Semana Social Brasileira, realizada nos anos de 1993 e 1994, com o tema Brasil, alternativas e protagonistas. Ou seja, o Grito é promovido pela Pastoral Social da Igreja Católica, mas, desde o início, conta com numerosos parceiros ligados às demais Igrejas do CONIC (Conselho Nacional de Igrejas Cristãs), aos movimentos sociais, entidades e organizações.
Nos dois casos, podemos afirmar que a iniciativa não é propriamente criada, mas descoberta, uma vez que os agentes e lideranças apenas abrem um canal para que o Grito sufocado venha a público. A bem dizer o Grito brota do chão e encontra em seus organizadores suficiente sensibilidade para dar-lhe forma e visibilidade.

POR QUE GRITO DOS EXCLUÍDOS?

O pressuposto básico do Grito é o contexto de aprofundamento do modelo neoliberal como resposta à crise generalizada a partir dos anos 70 e que se agrava nas décadas seguintes. A economia capitalista globalizada, a precarização das relações de trabalho e a guerra por novos mercados geram massas excluídas por todo o mundo, especialmente nos países periféricos.
Os movimentos sociais reagem. No Brasil, as Igrejas cristãs juntamente com outros parceiros promovem na década de 90 as Semanas Sociais. Cresce a consciência das causas e efeitos da exclusão social, como o desemprego, a miséria e a violência, entre outros. O fruto amadurece e nasce o Grito dos Excluídos. Trata-se de uma forma criativa de levar às ruas, praças e campos o protesto contra esse estado de coisas. Os diversos atores sociais se dão conta de que é necessário e urgente dar visibilidade sócio-política à indignação que fermenta nos porões da sociedade, os excluídos/as. Se o mercado tem o direito de dobrar as autoridades políticas com seu “nervosismo”, os setores marginalizados da população também podem e devem tornar pública sua condição de excluídos.

POR QUE 7 DE SETEMBRO?

Desde 1995 foi escolhido o dia 7 de setembro para as manifestações do Grito dos Excluídos. A idéia era aproveitar o Dia da Pátria para mostrar que não basta uma independência politicamente formal. A verdadeira independência passa pela soberania da nação. Um país soberano costura laços internacionais e implementa políticas públicas de forma autônoma e livre, não sob o constrangimento da dívida externa, por exemplo. Relações economicamente solidárias e justiça social são dois requisitos indispensáveis para uma verdadeira independência.
Nada melhor que o dia 7 de setembro para refletir sobre a soberania nacional. É esse o eixo central das mobilizações em torno do Grito. A proposta é trazer o povo das arquibancadas para a rua. Ao invés de um patriotismo passivo, que se limita a assistir o desfile de armas, soldados e escolares, o Grito propõe um patriotismo ativo, disposto a pôr a nu os problemas do país e debater seriamente seu destino. É um momento oportuno para o exercício da verdadeira cidadania.

QUAIS AS PRINCIPAIS LIÇÕES DO GRITO DOS EXCLUÍDOS?

Chamamos a atenção para sua abertura a todos aqueles que se propõem defender a causa das populações deixadas à margem da história e da vida. O Grito não tem dono: embora nascido no contexto da Igreja, é uma iniciativa levada adiante por várias forças da sociedade civil organizada. A organização e os debates privilegiam o diálogo plural, ecumênico e democrático. O Grito abriu caminho para uma série de parcerias em que diferentes atores sociais trabalham em conjunto, o que ajuda a superar o isolamento, o corporativismo e a fragmentação de esforços.
A seguir, convém ressaltar a criatividade que o Grito possibilita. Apesar de contar com uma coordenação nacional e com determinados eixos centrais para a temática de cada ano, a organização permanece aberta à iniciativa própria das diversas regiões e localidades. Deste modo, o tema geral se enriquece com a contribuição de temas específicos, o que torna as manifestações mais ricas e coloridas. Foi assim que, em 1999, o Grito ultrapassou as fronteiras do Brasil e é realizado em vários países das Américas, surgindo el Grito Continental Por Trabajo, Justicia y Vida.
Vale sublinhar, ainda, a metodologia e a linguagem adotada pelos organizadores do Grito, que chamamos Articuladores que são elo entre a Secretaria Nacional e os Estados, o papel é fundamental para construção do grito por todos os cantos do Brasil. Privilegia-se não tanto a comunicação verbal, abstrata ou conceitual, mas o gesto, a coreografia, a ação, a simbologia. Os manifestantes gritam não apenas com a voz, mas, sobretudo com as mãos e o corpo. Quanto à metodologia, ganha especial destaque a participação popular. Aqui há limites que o Grito ainda precisa superar: como passar de um grito para os excluídos a um grito dos excluídos? Em outras palavras, como fazer com que os próprios excluídos organize as atividades e tomem as decisões? Esse tem sido o grande desafio de seus dez anos.
Por fim, nos anos de 2000 e 2002, o Grito foi realizado em conjunto com dois plebiscitos populares, o primeiro sobre a dívida externa e o segundo sobre a ALCA (Área de Livre Comércio das Américas). Foram iniciativas das mais bem sucedidas em termos de participação popular. Envolveram mais de 120 mil agentes, militantes e lideranças, ocorreram em todos os estados e em mais de 3 mil municípios e levaram às urnas, respectivamente, acima de 6 e de 10 milhões de votantes. Em 2007, no dia 07 de semtembro, irá ser realizado em conjunto com o Plebiscito pela Anulação do Leilão de privatização da Companhia Vale do Rio Doce, a Vale foi privatizada em maio de 1997, ou seja, vendida por R$ 3,3 bilhões, o lucro de 2005 foi de R$ 12,5 bilhões de reais. Tais consultas populares contribuem para o exercício concreto da democracia.

QUAIS OS HORIZONTES DO GRITO?

Sabemos que no Brasil, como de resto em todo continente latino-americano, não raro o conceito de liberdade foi reduzido à idéia de libertação: libertação da opressão, da ditadura militar, da pobreza e assim por diante. Nos meios eclesiais, por exemplo, com freqüência faz-se alusão à experiência narrada pelo Livro do Êxodo, quando os escravos se libertaram das garras do Faraó. Ora, esse é apenas um lado da moeda, isto é, a liberdade de. O outro lado é a liberdade para. Depois da saída do Egito, é preciso unir forças para continuar caminhando até a Terra Prometida. E aqui o conceito de liberdade se torna bem mais exigente. Se é relativamente fácil saber o que não queremos, costuma ser bem mais difícil saber e explicitar o que queremos.
Os movimentos sociais nasceram, em geral, numa oposição direta aos regimes de exceção que, em maior ou menor grau, dominaram por décadas diversos países da América Latina. O combate frontal à ditadura imprimiu nas lutas de oposição, de forma acentuada, a marca da crítica e do não. A urgência em superar o domínio militar deixou pouco espaço para aprofundar os contornos de uma via democrática viável, sólida e duradoura.
Nesta perspectiva o Grito dos Excluídos tem como finalidade não apenas a crítica do modelo neoliberal, mas também a preocupação propositiva de buscar alternativas. Daí seu duplo caráter, de protesto e afirmação, de denúncia e anúncio. Em síntese, seu horizonte último é abrir canais para a construção do Brasil que queremos, e no contexto atual, dizer o que Não Vale e o que Vale para a construção e participação no destino da nação.

LEMAS DO GRITO DOS/AS EXCLUÍDOS/AS

Assim mantemos a divisão feito pelo Pe. Alfredinho em três fases de acordo com a temática abordada: a primeira vai de 1995 a 1997; a segunda, de 1998 a 2001; a terceira, de 2002 e 2007; a quarta, 2008 a 2011.
A primeira fase inclui os seguintes lemas: A vida em primeiro lugar (1995);Trabalho e terra para viver (1996); Queremos justiça e dignidade (1997). As três frases agrupam-se em torno de um pano de fundo mais ou menos determinado, que é a defesa da vida e dos direitos humanos. O direito ao trabalho e à terra apontam para uma vida com justiça e dignidade. Em poucas palavras, o Grito nasce numa perspectiva de lutar pela conquista das condições mínimas de sobrevivência. Evidencia-se deste modo a preocupação inicial com os direitos humanos básicos, sem os quais não é possível garantir a vida e preservar a dignidade da pessoa.
O segundo grupo de lemas, correspondente à segunda fase, inclui: Aqui é meu país (1998); Brasil: um filho teu não foge à luta (1999); Progresso e vida, pátria sem dívidas (2000); Por amor a essa pátria Brasil (2001). Transparece nestes quatro anos uma temática que, nesse mesmo período, tornou-se cara aos movimentos sociais e entidades da sociedade civil organizada: o debate em torno de um Projeto Popular para o Brasil. Daí a insistência das palavras país, pátria e Brasil. Estava em jogo a busca de uma cidadania consciente e ativa, que superasse o patriotismo passivo do 7 de setembro. Era preciso ampliar o debate, estendê-lo aos mais diferentes setores da população, abrir canais de participação.
Não podemos esquecer, também, que foi durante esta fase, em 1999, que o Grito ultrapassou as fronteiras do país. Surge El Grito Continental de los Excluídos/as, Por trabajo, justicia y vida, abertura que nos introduz na terceira fase. O terceiro e último agrupamento inclui apenas dois lemas: Soberania não se negocia(2002); Tirem as mãos… o Brasil é nosso chão (2003); Brasil: mudança pra valer o povo faz acontecer (2004); Brasil Em Nossas Mãos a Mudança (2005); Brasil: na força da indignação sementes de transformação (2006); Isto não VALE! Queremos participação no destino da nação (2007). O conceito de soberania pressupõe relações internacionais, em que cada país procura manter sua postura de país livre e autônomo. Quanto à expressão “tirem as mãos”, por tão óbvia e explícita, dispensa maiores comentários. Se a primeira fase chamava a atenção para os direitos fundamentais à vida e a segunda alertava que a vida dos cidadãos requer um projeto de nação, a terceira procura olhar o Brasil no contexto internacional da economia globalizada. De fato, os dois temas apelam para a necessidade de uma nação independente. A noção de soberania e a frase tirem as mãos, combinadas, apontam para a autonomia do povo brasileiro frente às novas relações mundiais e à cobiça dos países centrais. A escolha dessas temáticas explica-se, além disso, pela ofensiva imperialista norte-americana, especialmente sob o governo Bush. Em poucas palavras, é preciso defender as riquezas naturais do Brasil e a vida dos brasileiros e brasileiras dos ataques de um neoliberalismo cada vez mais exacerbado.

A MÍDIA

Uma das formas de olhar para o Grito a partir da mídia escrita é consultar os dossiês organizados pela secretaria. Torna-se igualmente importante acompanhar as imagens e reportagens do 7 de setembro pela televisão e pelo rádio. Também neste caso não será difícil constatar uma certa evolução na avaliação que os diferentes veículos midiáticos fazem do Grito.
Para começar, nos primeiros anos do Grito, verifica-se uma certa surpresa e perplexidade diante desses “intrusos” que resolvem sair às ruas justamente no Dia da Pátria. Quem são esses que ousam perturbar o colorido da festa cívica? De onde saíram esses “blocos” tão estranhos? O que representam e o que fazem aqui? Será que este é o lugar para essa gente?! Na medida que o Grito, em muitos lugares, disputava ou se contrapunha ao espaço dos desfiles oficiais, a surpresa e perplexidade vinha acompanhada de duras críticas.
Entretanto, embora alerta para esses “estranhos” que teimavam em ocupar as ruas, a mídia de certa forma conformava-se. Tratava-se, afinal, de um evento episódico, sem maiores conseqüências. Sem dúvida tirava o brilho dos festejos oficiais, mas semelhante atrevimento não podia ter vida longa. Os jornais não podiam tapar o sol com a peneira, não podiam ignorar por mais tempo as manifestações do Grito. Mas também não acreditavam que tamanha ousadia pudesse repetir-se todos os anos. O Grito era visto como um movimento momentâneo que logo se extinguiria.
O fato é que a cada 7 de setembro lá estavam os “intrusos” outra vez! Com isso, à medida que o Grito cresce em número de manifestações e de manifestantes e à medida que se expande por todo o território nacional, os temores também aumentam. “O Grito roubou a cena” passa, então, a ser a manchete explícita ou implícita de não poucos veículos de comunicação. De fato, de ano para ano o crescimento do Grito nas ruas traduz-se por igual crescimento no espaço da mídia. As mobilizações populares passam a disputar jornais e revistas com os desfiles oficiais. Não é raro ver impressas, no dia 8 de setembro, as fotos das autoridades nos palanques das festas oficiais, lado a lado com as fotos das bandeiras e manifestações do Grito. Também nos noticiários televisivos, progressivamente, as imagens do Grito vão tomando o lugar das imagens de tanques, carros blindados, desfiles de soldados e escolares e dos políticos. Em muitos lugares o povo que assiste às comemorações oficiais acostuma-se a esperar pelo “bloco” dos excluídos.
É então que a grande mídia passa a um ataque mais sistemático a tamanha ousadia. Onde se viu perturbar assim a festa oficial? Não que desde 1995 não se verificasse hostilidade aos organizadores do Grito. Na verdade, sempre as houve, mas era uma hostilidade um tanto quanto dissimulada. Agora, ao contrário, nota-se uma crítica mais contundente e orquestrada. Na medida em que se constata que o Grito veio para ficar, cresce a perseguição da imprensa, da mesma forma que cresce a prevenção dos órgãos de repressão. Não poucas vezes tem havido confronto com a polícia e até prisão daqueles que coordenam as diversas atividades.

MARCAS DO GRITO

O Grito trouxe inovações à mobilização social. A Criatividade, a Metodologia e o Protagonismo dos Excluídos são marcas do Grito.

METODOLOGIA

O Grito privilegia a participação ampla, aberta e plural. Os mais diferentes atores e sujeitos sociais se unem numa causa comum, sem deixar de lado sua especificidade.

CRIATIVIDADE/ OUSADIA

O Grito tem, a cada ano, um lema nacional, que pode ser trabalhado regionalmente, a partir da conjuntura e da cultura local. As manifestações são múltiplas e variadas, de acordo com a criatividade dos envolvidos: caminhadas, desfiles, celebrações especiais, romarias, atos públicos, procissão, pré-Gritos, cursos, seminários, palestras…

PROTAGONISMO DOS EXCLUÍDOS

É fundamental que os próprios excluídos assumam a direção do Grito em todas as fases – preparação, realização e continuidade, o que ainda é um horizonte a ser alcançado.

PARCERIAS

O Grito foi concebido para ser um processo de construção coletiva, neste mutirão estão juntos Pastorais Sociais, Semana Social Brasileira,Movimentos Populares, sociais e sindical, Campanha Jubileu, Grito Continental, Igrejas, Mutirão contra a Miséria e a Fome.

POR QUE O 7 DE SETEMBRO

Desde 1995, o Grito dos Excluídos realiza-se no dia 7 de setembro. É o dia da comemoração da independência do Brasil. Nada melhor do que esta data para refletir sobre a soberania nacional, que é o eixo central das mobilizações do Grito.
Nesta perspectiva, o Grito se propõe a superar um patriotismo passivo em vista de uma cidadania ativa e de participação, colaborando na construção de uma nova sociedade, justa, solidária, plural e fraterna.
O Dia da Pátria, além de um dia de festa e celebração, vai se tornando também em um dia de consciência política de luta por uma nova ordem nacional e mundial. É um dia de sair às ruas, comemorar, refletir, reivindicar e lutar.
O Grito é um processo, que compreende um tempo de preparação e pré-mobilização, seguido de compromissos concretos que dão continuidade às atividades.

ESTRUTURA ORGANIZATIVA

O Grito dos Excluídos conta com uma coordenação nacional, coordenações estaduais, e locais e uma secretaria nacional, que está encarregada de facilitar os trabalhos de articulação e animação. Mas com certeza o diferencial é a rede de articuladores(as) voluntários(as) espalhados em todos os estados, que ajuda animar o processo de construção do Grito.

DICA

Para a participação efetiva dos excluídos, as manifestações do Grito devem priorizar a simbologia, a criatividade e a mística. As imagens falam mais que textos e discursos. A linguagem simbólica deve ser priorizada a linguagem escrita e discursiva.
GRITOS ANO A ANO!!
Segue aqui um resumo de cada grito realizado até hoje!!!

1995:A VIDA EM PRIMEIRO LUGAR

Em 1995, o lema do 1º Grito dos Excluídos: A Vida em primeiro lugar. A iniciativa surgiu das Pastorais Sociais em 1994, em vista da Campanha da Fraternidade, que apresentava o tema: “A fraternidade e os excluídos”. O Grito surgiu da intenção de denunciar a exclusão, valorizar os sujeitos sociais. Este Grito aconteceu em mais de 170 cidades e teve como símbolo uma panela vazia.


1996:TRABALHO E TERRA PARA VIVER

Em 1996, o lema do 2º Grito dos Excluídos: Trabalho e Terra para viver. Neste ano, o Grito passou a fazer parte do Projeto Rumo ao Novo Milênio, com a aprovação dos bispos do Brasil em assembléia da CNBB. Naquele ano, a Campanha da Fraternidade foi sobre política. As parcerias foram ampliadas e o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e a Central de Movimentos Populares (CMP) passaram a integrar a coordenação nacional. Foram realizadas manifestações em 300 cidades. O símbolo do Grito foi uma chave, estimulando à reflexão de que o trabalho é a chave da questão social.


1997:QUEREMOS JUSTIÇA E DIGNIDADE

Em 1997, o lema do 3º Grito dos Excluídos: Queremos justiça e dignidade, acompanhando a Campanha da Fraternidade foi sobre os encarcerados e, atingindo cerca de 700 cidades.

1998:AQUI É O MEU PAÍS
Em 1998, o lema do 4º Grito dos Excluídos: Aqui é o meu país, trabalhando o tema da Campanha da Fraternidade, Educação, e seguiu ampliando as parcerias, com a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação, e as manifestações ocorreram em mais de 1000 cidades. O símbolo foi uma sacola vazia com os dizeres: “A ordem é ninguém passar fome”.

1999:BRASIL: UM FILHO TEU NÃO FOGE À LUTA

Em 1999, o lema do 5º Grito dos Excluídos: Brasil: um filho teu não foge à luta, a organização coletiva do Grito dos Excluídos contou com a Confederação dos Trabalhadores na Agricultura (CONTAG) e o Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA). Neste ano o Grito rompeu fronteiras e aconteceu no mês de outubro em vários países da América Latina e do Caribe.

2000:PROGRESSO E VIDA PÁTRIA SEM DÍVIDA$

Em 2000, o lema do 6º Grito dos Excluídos: Progresso e Vida Pátria sem Dívida$, junto com a realização do Plebiscito Nacional da Dívida Externa em todo Brasil reforça o fato de que, apesar das dificuldades, nosso povo não tem parado de lutar, busca conquistar a independência, dividir o poder e a riqueza e construir uma Pátria livre, um Brasil com igualdade e justiça social e a experiência do Grito continuou e ganhou caráter continental.

2001:POR AMOR A ESSA PÁTRIA BRASIL
Em 2001, o lema do 7º Grito dos Excluídos: Por amor a essa Pátria Brasil, no contexto da economia globalizada, e da pressão dos organismos financeiros internacionais, enfoca a soberania e independência nacional. Frente à globalização da economia, o Grito propõe a globalização da solidariedade, no sentido de manter vivos e ativos os sonhos, esperanças e utopias. Também valoriza os tesouros da cultura popular, o protagonismo dos excluídos e incentiva a criatividade, bem como a construção de um projeto popular para o Brasil.

2002:SOBERANIA NÃO SE NEGOCIA

Em 2002, o lema foi Soberania não se Negocia, junto com a realização do Plebiscito Nacional contra a ALCA em todo o Brasil, momento este de tentar manter a soberania nacional, face o imposição do capitalismo norte americano nos países da América Latina e sobre o povo desses países. A luta e organização é a favor de uma nação livre, soberana e independente, (que seja capaz de decidir seu futuro) e por uma economia fundamentada na justiça, na solidariedade e na paz. O Grito denunciou que a Pátria estava sendo negociada, na ALCA, sem que o povo tenha conhecimento do que está sendo comprometido. O povo quer saber, o povo precisa saber e está disposto a participar. Cada voto do plebiscito, significou uma voz e um Grito, na grande sinfonia que canta e diz “Liberdade não tem preço e Soberania não se Negocia”.

2003:TIREM AS MÃOS… O BRASIL É NOSSO CHÃO

Em 2003, com o lema Tirem as mãos… o Brasil é nosso chão, o Grito ecoa na defesa das riquezas naturais do Brasil e da vida dos brasileiros e brasileiras contra os ataques de um neoliberalismo cada vez mais exacerbado, e questiona a política econômica do país que compromete a soberania nacional e gera a cada ano mais exclusão social. Denúncia a exclusão social vivida por milhares de pessoas, causada por um modelo econômico injusto, concentrador e excludente. Também grita em defesa da vida e da população sufocada pela pobreza, desemprego, violência. Anuncia valores e caminhos novos em função da construção de uma sociedade nova. O conceito de soberania pressupõe relações internacionais, e que cada país deve manter sua postura de nação livre e autônoma.

2004:BRASIL: MUDANÇA PRA VALER, O POVO FAZ ACONTECER

Em 2004, o lema foi Mudança prá valer o povo faz acontecer. O lema trouxe o desafio da articulação e construção coletiva do Brasil que queremos e que a mudança não seja apenas uma palavra retórica, mas uma ação sócio-política em marcha com milhares de outras iniciativas que pretendem apontar ou fortalecer caminhos alternativos para a concretização da utopia de uma sociedade justa solidária. Discute um processo e metodologia participativa, que estimula a sociedade a discutir e assumir seu protagonismo, na superação das desigualdades sociais. No período de 7 de setembro a 3 de outubro, o povo foi chamado a intensificar a campanha “Meu voto é contra a Alca, Livre Comércio, Dívida e Militarização”, que tem como objetivo politizar as eleições e estimular o debate.

BRASIL: EM NOSSAS MÃOS A MUDANÇA

Em 2005, o lema do 11º Grito dos/as Excluídos/as: Brasil: em nossas mãos a mudança. Assim temos como símbolo a panela vazia. Ou seja, após tomarmos consciência dos direitos de cidadania, da necessidade de um novo rumo à política econômica, da complexidade da globalização e da urgência das mudanças – trata-se agora de tomar o projeto em nossas próprias mãos. Neste ponto, convém salientar que o Grito não caminha só, mas em articulação com outras iniciativas que lutam igualmente por mudanças na sociedade. Entre elas, vale destacar as Semanas Sociais Brasileiras, a Campanha contra a ALCA, a Consulta Popular, o Grito Continental, o Mutirão contra a fome e a miséria, a Campanha da Fraternidade, e assim por diante.

2006:BRASIL: NA FORÇA DA INDIGNAÇÃO, SEMENTES DE TRANSFORMAÇÃO

Em 2006, o lema foi Brasil: na força da indignação, sementes de transformação. Destacou-se os três ingredientes que formou o conteúdo do lema, a força da indignação, as sementes e a transformação social, na busca da construção de uma pátria forte, justa e soberana.

2007:ISTO NÃO VALE! QUEREMOS PARTICIPAÇÃO NO DESTINO DA NAÇÃO

Em 2007, o lema: Isto não Vale: Queremos Participação no Destino da Nação. Nos leva a refletir o que vale e o que tem valor e o que não vale, o que não tem valor para a construção do projeto popular para o Brasil. Com certeza não vale: o neoliberalismo; a atual política econômica: não realiza a reforma agrária; a crescente exclusão social, a fome, a privatização do público; modelo econômico; a corrupção, a impunidade, a guerra, a violência, as ocupações militares como no Iraque e no Haiti. Com certeza o que vale e o que tem valor: o protagonismo popular; os grupos de base; a generosidade, a confiança, a solidariedade, a ética, a transparência, a amizade, partilha, a alegria, enfim o que vale é a dignidade da vida. E por fim o desafio de realizar o Plebiscito Popular pela Anulação do Leilão da Vale, rediscutindo as privatizações e a redução das taxas de energia, bem como, realizar a formação e organizar pequenos grupos na base, realizar assembléias locais e municipais, construindo de forma pedagógica um caminho onde o povo seja o sujeito principal que debate os problemas, planeja ações, age de forma articulada e avalia suas práticas.

2008:VIDA EM PRIMEIRO LUGAR: DIREITOS E PARTICIPAÇÃO POPULAR

Lema em amarelo pela questão do dia sete de setembro e pelas cores de fundo do desenho. Vermelho para o Grito, pela identidade do evento.
Ilustração: pessoas em movimento, com bandeiras se misturando à natureza e à cidade. Elementos da água e terra e e imagem em cestaque de uma criança ao lado de uma pessoa ajudando uma outra em situação de exclusão. Ambas sendo sustentadas por uma grande mão. Outras mãos retiram lixo do rio (abaixo à esquerda) e uma outra mão semeando a vida (abaixo à direita). De uma semente abaixo do cartaz, sai um traço que se confunde com uma das pessoas e vai até a bandeira onde sai uma flor no lugar da palavra ‘ordem e progresso’ da grande bandeira que está na parte superior do desenho.

2009:VIDA EM PRIMEIRO LUGAR: A FORÇA DA TRANSFORMAÇÃO ESTÁ NA ORGANIZAÇÃO POPULAR

O lema do XV grito nos convoca e desafia a pensar e discutir com a sociedade a atual crise do capitalismo, que mais uma vez deixa a conta para os pobres pagarem, e a necessidade de construir um novo projeto de sociedade onde a dignidade da vida esteja em 1º lugar.
Vida digna e justa é mais do que mera sobrevivência, exige mudança e condições reais que garantam as aspirações básicas do ser humano.
O lema também afirma que a força da transformação está na organização e participação popular, um dos grandes desafios para quem sonha um novo projeto de sociedade.

2010: VIDA EM PRIMEIRO LUGAR: ONDE ESTÃO NOSSOS DIREITOS? VAMOS ÀS RUAS PARA CONSTRUIR UM PROJETO POPULAR



2011:"PELA VIDA GRITA A TERRA... POR DIREITOS TODOS NÓS!”



LOCAL: Em São Paulo, o Grito omeça na Catedral da Sé, por volta das 9:00h 
Abraços!!!