quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Mensagem de Dom Pedro Casadáliga aos delegados e delegadas do 10ºENPJ







Falar para delegados da Pastoral da Juventude de Todo o País é coisa muito séria.

A juventude, dizem os adultos, os velhos, é difícil.

E não quer saber de muitos conselhos.A juventude existe, sendo que no comentário comum dá a impressão de que não existe mesmo. É futuro. A juventude quer ser o presente.

Herdar o passado, ser o presente para construir o futuro. Conselhos vocês já tem recebidos muitos. E é um vicio de nós, os velhos, dar conselhos a todas horas.

Eu gostaria de insistir em alguns aspectos que são de senso comum, ou do senso comum da fé.

Em primeiro lugar firmar a própria identidade. Essa identidade de pessoas humanas. Essa identidade radical, ser humanos, ser humanas.

Contudo, isso significa cultivar a nossa pessoa, as nossas relações básicas. Na família, no trabalho, na sociedade, na comunidade de fé... Firmar a identidade. Saber o que somos.

Há muitas angústias, muitas decepções, muitas revoltas, contra os pais, contra os adultos, professores, contra  os educadores, contras os padres, contra os bispos... Essa revolta é fruto de uma identidade não madura, não assumida. E deve existir uma identidade. Ser o que devo ser para agir como devo agir.

Estamos falando para a juventude cristã. Essa é a segunda identidade que forja a nossa identidade completa: ser cristão, ser cristã. Ser pessoas de fé, pessoas de Evangelho. Não ter vergonha de ser feliz com o evangelho exigente mas que plenifica a vida.

A Pastoral da Juventude deve ser uma vivência de uma espiritualidade da juventude. Uma espiritualidade forjada na oração, na palavra de Deus, no trabalho, na solidariedade, no engajamento, nas pastorais.

Se tem de evitar a impressão de que a juventude é uma pastoral que caminha por conta. E as outras pastorais “se virem”.Vocês podem preencher e devem preencher espaços da pastoral global que sem vocês não seriam preenchidos. Na liturgia, na catequese, na pastoral social, da terra, indígena, da mulher marginalizada, pastoral da criança, Pastoral da comunicação, pastoral da saúde...

Outra idéia importante é fazer tudo, viver tudo comunitariamente.

Quando me perguntaram quantas comunidades de base tem a Prelazia de São Feliz de Araguaia, eu digo “nem sei”. O importante é a comunidade em tudo. Na partilha, na programação, na avaliação, na coresponsabilidade como pessoas humanas, adultas e como igreja. Igreja de Jesus. Se alguém pode e deve viver com paixão a sua identidade são vocês, os jovens.

E nessa identidade cristã, uma paixão por Jesus Cristo. Todos os cristãos/cristãs deveríamos ler cada ano pelo menos um livro da Cristologia. Redescobrir a pessoa de Jesus. O verdadeiro Jesus, Jesus de Nazaré. De Belém, do Calvário. De Pentecostes. Ele é o Filho de Maria de Nazaré. Ele é o Jesus das Bem aventuranças. O Jesus conflitivo com os poderes políticos, econômicos e religiosos de Israel. O Jesus consolador dos pobres, dos aflitos. O Jesus da Misericórdia. A juventude deve viver sua fé como profecia.Dom Helder Câmara insistia “Não deixem cair a profecia”. |Todos somos profetas, todos devemos ser. Recordando que ser profeta é anunciar a boa nova. É denunciar o anti-reino e é consolar o povo. Uma pastoral da acolhida, da misericórdia, da solidariedade. Dando esperanças quando reclamam de falta de perspectivas, ou de  crise. Nós, os cristãos temos o direito e o dever de semear, de espalhar esperança. Somos a igreja da Páscoa. E devemos viver com o coração pascal toda a nossa vida.
O bispo Angeleli, mártir na argentina prometia com freqüência ter um coração pascal. A juventude é como ele. Incomoda na casam incomoda na vizinhança, incomoda no trabalho, incomoda na comunidade, a igreja. Ta bom. É parte da missão incomodar no sentido de cobrar, exigir mais coerência, mais radicalidade. Só que devem incomodar sem armagura. Não se tornem doentes episcopal mente. Poder, clero, os padres, o vigário... Devemos ser indignados, mas com militância e com esperança. Uma contribuição da Pastoral da Juventude à nova Igreja que sonhamos. Recorram à Memória dos Mártires. Este ano temos celebrado em São Feliz do Araguaia a Romaria dos Mártires da Caminhada “Testemunhas do Reino”. Isso é que devemos ser todos: Testemunhas do Reino. Testemunhas da causa de Jesus qu é a causa do Pai.

Abraço a todos e a todas vocês.

Eu ando de bengala, caducando um pouco, mas a esperança não caduca.
È digo que Deus é amor. Nós somos amor, egoísmo e medo. Mas também esperança.






segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Resultado da Eleição do Conselho Municipal de Juventude!!!

Amigos e amigas, companheiros e companheiras!
Quero mais uma vez agradecer os 340 votos de confiança de todos vocês, que colocaram mais uma vez a PJ dentro do Conselho Municipal de Juventude! Sei que a missão será árdua, principalmente em substituir o companheiro e amigo Alex, que não tenho palavras pra dizer o que ele é! Agradeço e digo a todos que confiaram em mim, que vou fazer desse conselho uma voz realmente da juventude e mais, levarei o Conselho até as juventudes que não sabem que existe ou e não tem conhecimento da importância do CMJ

São tantas pessoas que gostaria de citar, mas vou citar algumas que resume tudo: Primeiro ao pessoal da PJ ERMELINO, a minha base, a todos valeu por tudo, ao Rafa, representando a Arquidiocese de São Paulo, e a um agradecimento ao companheiro Magno de Santo Amaro, que não mediu esforços pra nos ajudar! Também agradeço a uma pessoa em especial, que é meu exemplo de liderança, fé e amigo, o grande padre Ticão!

Obrigado a todos!

A luta continua... E juntos!





Segue o Resultado!!!







Resultado da Eleição do Conselho Municipal de Juventude da cidade de São Paulo



Diversidade Religiosa
Anderson Gonçalves de Brito(Dinho da Pastoral da Juventude– Votos:340
Daniel Mariano de Almeida da Rede Ecumênica da Juventude – 96
Fabíola Feitosa (Faby Fisher) – 118



Cultura e Arte
Renildo da Silva Oliveira do Movimento Cultural de Guaianases - Votos:270
Adalberto Santana Silva do São Mateus em Movimento - 90
Ana Letícia Oliveira Barbosa do CPC 8 de março – 74
Lílian Cardoso da JÁ – Juventude Ayahuasqueira - 51



Educação e Novas Tecnologias
André Ferreira Silva do Instituto Daniel Comboni – Votos:342
Danilo Rosa de Lima da Educafro – 125
Renan Massabni Martino do Núcleo Centro Social URS Belle – 146


Deficiência e Mobilidade Reduzida
Evandro Vinicius Felizardo – 335




Esporte e Lazer
Kleberson de Almeida Ferreira Grêmio Rec. Cult. Esporte Clube União – Votos:373
Oscar Jose Horta do DACAM – Mackenzie – 92
Gabrielle Barros Tricanico – 86

Gênero e Diversidade Sexual
Lea Marques Silva do Partido dos Trabalhadores – Votos:370
Marina Ruiz Cruz da União Brasileira de Mulheres UBM - 165

Movimento Estudantil
Priscila Ribeiro Rocha Casale da UMES/SP – 215
Guilherme Augusto Forli do DACS Umberto Eco – 143

Outros
Janaina Cristina da Silva da Frente de Luta por Moradia - Votos: 437
Flavia Regina de Melo Oliveira da JPMDB – 25
Nair Moraes Oliveira da Sociedade Amigos do Jd. Jaraguá – 10
Patrícia Rodrigues da Silva da União dos Movimentos de Moradia – 13
Taluana Soares Colognesi da ABECAL - 31

Qualidade de Vida, Saúde e Meio Ambiente
Daniel da Silva Cunha da CADESC  - Votos: 374
Marcos Estevão Marques Saraiva da Associação Comunitária Nova Jerusalém – 100
Osvaldo Roberto Lemos da UJS – 85

Relações Raciais e Etnicas
Roberta Guilherme de Melo da Associação Frida Kahlo– Votos:473
João Victor Pellegrini do Nascimento do Instituto Nação – 73


Trabalho, Emprego e Geração de Renda
Carlos Alberto Pires Guimarães da CUT  - Votos:413
Luciana Escudeiro de Freitas da LE7VOX - 122

Entidade de Apoio
Flavio Munhoz Comunidade Cidadã – Votos: 400
Euzébio Jorge Silveira Souza da CEMJ – 103


Além dos conselheiros citados acima, que obtiveram a maior quantidade de votos no seu segmento, também foram eleitos os quatro melhores segundos colocados dos segmentos:


Marina Cruz  da União Brasileira de Mulheres com 165 votos
Renan Massabni do Núcleo Social URS Belle com 146 votos
Guilherme Augusto Forli do DACS Umberto Eco com 143 votos
Danilo Rosa de Lima da Educafro com 125 votos.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Dia 12 de outubro dia Da Nossa Mãe Negra, Nossa Negra Mariama!!!

Essa semana comemoramos no dia 12, o dia de nossa mãe Aparecida, Padroeira do Brasil.


Essa data se deve ao dia em que a imagem, foi encontrada no Rio Paraíba em 1717.
Encontrada primeiro a parte do corpo sem a cabeça, e em seguida a cabeça da Imagem.

De lá pra cá foram inúmeras provas de milagres e fé do povo Brasileiro, que viu naquela imagem Negra e humilde, algo em comum com ele. Um povo que através da fé nessa Negra encontrou forças para muitas dificuldades em suas vidas.



Em 1982, Milton Nascimento lançou um disco chamado “Missa dos Quilombos” onde  reproduz a missa citada, que ocorreu no dia 20 de novembro de 1981, em recife.

Capa do Disco "Missa dos Quilombos" de Milton Nascimento, de 1982


Missa idealizada por  de três pessoas de fundamental importância na luta contra a ditadura e também na minha formação pastoral:


Pedro Tierra

Dom Pedro Casáldaliga


Dom Hélder Câmara

O motivo de eu ter citado esse disco, se deve a sua faixa final, onde o grande Profeta da Paz, o Bispo Vermelho, como era chamado Dom Heldér Câmara, pelo Regime Militar.É a oração final é uma linda oração chamada Invocação a Mariama.”!!!  Pra aqueles que não sabem, Mariama era como Dom Hélder, chamava Nossa Senhora Aparecida, ele juntava Maria com AMA, ele falava Maria aquela que AMA a mãe Negra Mariama!!!

E pra comemorar o dia de Nossa Negra Mariama coloco aqui embaixo a belíssima Invocação a Mariama, citada acima!!!!


Invocação a Mariama



Mariama, Nossa Senhora Mãe de Cristo e Mãe dos Homens! Mariama Mãe dos Homens de todas as raças, de todas as cores, de Todos os cantos da Terra. Pede ao teu Filho que esta festa não termine aqui, a marcha final vai ser linda de viver.


Mas é importante, Mariama, que a Igreja de Teu Filho não fique em palavra, não fique em aplauso. O importante é que a CNBB, a Conferencia dos Bispos, embarque de cheio na causa dos negros, como entrou de cheio na Pastoral da Terra e na Pastoral dos Índios. Não basta pedir perdão pelos erros de ontem. É preciso acertar o passo hoje sem ligar ao que disserem.

                      Claro que dirão, Mariama, que é política, subversão, que é comunismo.
É Evangelho de Cristo, Mariama. 

Mariama, Mãe querida, problema de negro, acaba se ligando com todos os grandes problemas humanos. 

Com todos os absurdos contra a humanidade, com todas as injustiças e opressões. Mariama, que se acabe, mas se acabe mesmo a maldita fabricação de armas. 

O mundo precisa fabricar é Paz. Basta de injustiças, de uns sem saber o que fazer com tanta terra e milhões sem um palmo de terra onde morar. 

Basta de uns tendo de vomitar pra poder comer mais de 50 milhões morrendo de fome num ano só. Basta de uns com empresas se derramando pelo mundo todo e milhões sem um canto onde ganhar o pão de cada dia.

Mariama, Nossa Senhora, Mãe querida. Nem precisa ir tão longe como no teu hino. Nem precisa que os ricos saiam de mãos vazias e os pobres de mãos cheias. Nem pobre nem rico. Nada de escravos de hoje ser senhor de escravos amanhã. Basta de escravos. Um mundo sem senhor e sem escravos. Um mundo de irmãos. 

De irmãos não só de nome e de mentira. De irmãos de verdade, MARIAMA


VIVA A NOSSA MÃE APARECIDA A NOSSA NEGRA MARIAMA!!!








sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Sou Candidato pela PJ ao Conselho Municipal de Juventude!!





Meu nome é Anderson Gonçalves de Brito(AGB), mais conhecido como Dinho, tenho 22 anos e faço parte da Pastoral da Juventude(PJ) de Ermelino Matarazzo, desde 2004. 








Em Ermelino, realizamos as Semanas de Juventude, cujo as mesmas são voltadas para a Formação, tanto espiritual como social da juventude. Estamos juntos com outros movimentos da Zona Leste, na luta pela implantação da Unifesp na Zona Leste. 


Sou membro do GT "A Juventude quer viver" do Regional Sul 1!!!






Sou candidato pela PJ, ao Conselho Municipal de Juventude, na vaga de "Diversidade Religiosa". 


Para quem não sabe ou conhece o Conselho Muncipal segue abaixo algumas perguntas e respostas, que possa  tirar as duvidas de vocês:


O que é o Conselho Municipal da Juventude (CMJ) Trata-se de um órgão público dentro da cidade que representa a população jovem, criado pela Lei 14.687/08 e vai acompanhar e propor políticas públicas voltadas para essa categoria da sociedade. Enfim, é um órgão que tem a função de acompanhar a garantia dos direitos juvenis.




Para que serve o CMJ?

Suas funções são:
·          Propor e subsidiar políticas públicas para a juventude;
·          Fiscalizar o cumprimento das leis de atendimento ao direito juvenil;
·          Emitir pareceres sobre projeto de lei, programas governamentais e o orçamento destinado a juventude;
·          Receber, analisar, examinar propostas, denúncias e queixas relacionadas a instituições direcionadas a juventude;
·          Incentivar associações juvenis, prestar apoio e assistência;
·          Estimular a participação jovem nos organismos públicos e movimentos sociais, seminários, cursos, congressos e eventos;
·          Realizar a cada 2 anos Assembléia Geral;
·          Convocar os jovens para a Conferência Municipal da Juventude, também a cada dois anos.

O CMJ é um órgão do governo?

Não, o CMJ é um instrumento de controle social, isto é, de participação da sociedade civil no acompanhamento das ações do governo na realização de políticas públicas. Ele é
·          Autônomo: funciona de forma independente de outra instituição
·          Permanente: não há interrupção dos trabalhos
·          De representação paritária: assegura a participação do poder público e da sociedade civil, ou seja, são no total 34 conselheiros, sendo 17 membros do governo municipal e 17 da sociedade civil, representando diferentes segmentos juvenis da sociedade.

 Quem pode ser conselheiro? E por quanto tempo?

Qualquer jovem que faça parte de algum movimento/organização que atue com jovens,
possua de 15 a 29 anos e tenha título de eleitor pode ser conselheiro/a. É preciso atuar em movimentos/organizações que existam a mais de um ano.
O mandato de um conselheiro é de dois anos, permitindo uma reeleição.
Já os 17 membros representantes do governo são escolhidos pelo governo municipal, respeitando os seguimentos por secretaria, previsto em lei (por exemplo, uma pessoa da secretária da educação, uma pessoa da secretaria de esporte e lazer, etc)

O conselheiro é remunerado?

Para exercer a função de conselheiro não há nenhum tipo de remuneração, pois se trata de uma prestação de serviço público a sociedade juvenil.

De quanto e quanto tempo são realizadas as eleições para o CMJ?

São bianuais, realizadas em Assembléia Geral. A primeira eleição para o CMJ, ocorreu no dia 07 de junho de 2009, e a segunda será dia 15 de outubro

Qual o local da votação?

A eleição acontecerá em três pontos, cujo os eleitores escolheram no ato da inscrição no  site http://www.prefeitura.sp.gov.br/juventude, no horário   das 10h às 16h.
·          Clube Escola Mooca - Rua Taquari, 635 - Mooca
·          Uninove Santo Amaro - Rua Amador Bueno, 389/491 - Santo Amaro
·          Uninove Campus Memorial - Rua Deputado Salvador Julianale, s/n - Barra Funda

Quem pode votar? O que é necessário levar?

Qualquer pessoa acima de 15 anos, portando RG e comprovante de endereço (morador da cidade de São Paulo) pode votar. Desde que tenha realizado a inscrição no site     www.prefeitura.sp.gov.br/juventude, até o dia 05 de Outubro


E A PASTORAL DA JUVENTUDE COM ISSO?

A Pastoral da Juventude tem um reconhecido histórico na defesa dos direitos da juventude. Há anos, a PJ vem discutindo políticas públicas de juventude, por meio das suas atividades permanentes (Dia Nacional da Juventude, Semana da Cidadania e Semana do Estudante, Semanas da Juventude). No Brasil todo, a PJ acompanha diversas instâncias de discussões das questões juvenis na Igreja e na sociedade civil.

Na cidade de São Paulo, a Pastoral da Juventude foi uma das organizações mais ativas na defesa e construção do Conselho Municipal de Juventude. A promulgação da Lei que institui o Conselho representou uma vitória para a juventude e todas as organizações envolvidas com sua criação, inclusive a PJ.
A Pastoral da Juventude pretende continuar acompanhando a criação e o funcionamento do Conselho Municipal de Juventude. A intenção é ser canal de consolidação da participação da juventude na interação com o governo, ampliando a transparência e o acompanhamento permanente das políticas de juventude; ajudar a sistematizar proposições criativas e condizentes com a realidade juvenil, empobrecida e vítima da violência; valorizar e dar visibilidade ao protagonismo juvenil e democrático, que contemple respeito e valorização das diversidades religiosas, junto ao conjunto de manifestações juvenis que transformem e gerem mais vida para todos e todas!






Buscarei lutar pelos direitos de toda a Juventude municipal, repeitando o direito a vida e o bem estar de cada um como ser vivo e filhos de Deus!!!




 Agradeço a confiança de todos os pejoteiros e pejoteiras por essa indicação







"Ela vem de dentro, de dentro ela vem, toda energia que a PJ tem!"""



segunda-feira, 19 de setembro de 2011

SMPP inicia inscrições para eleição do Conselho de Juventude




Estão abertas as inscrições para a escolha dos representantes do Conselho da Coordenadoria da Juventude, da Secretaria de Participação e Parceria (SMPP).
 Para ter direito a voto os interessados em participar da eleição, que acontecerá no dia 15 de outubro, deverão se cadastrar através do site http://www.telecentros.sp.gov.br/juventude2 até o dia 05 de outubro.

Representantes de Entidades, Grupos, Movimentos e Associações, interessados em se candidatar ao Conselho poderão se inscrever, também, até o dia 23 de setembro, mediante a um requerimento que comprove sua atuação na mobilização, organização, atendimento, promoção, defesa, garantia dos direitos, estudo ou pesquisa da temática de juventude. No dia da inscrição, os candidatos deverão apresentar uma série de documentos, presentes no Regimento Interno. Essa inscrição deverá ser feita comparecer pessoalmente na sede da Coordenadoria da Juventude, na Rua Libero Badaró, nº 119, 7º andar.

O Conselho será composto por 17 membros que irão atuar em áreas como Educação, Acesso a Novas Tecnologias, Trabalho, Geração de Renda, Movimento Estudantil, Esporte e Lazer, Qualidade de Vida, entre outras.

O objetivo da existência do Conselho é ser um instrumento de diálogo e controle popular da administração municipal, garantindo a efetivação de políticas públicas voltadas ao atendimento das necessidades da juventude, fiscalizando o cumprimento das leis e estimulando a participação da população jovem nos ambientes públicos e movimentos sociais.

Serviço:
Eleição do Conselho de Juventude
Data: 15 de outubro
Horário: 10h ás 16h
Locais: 1- Clube Escola Mooca - Rua Taquari, 635 - Mooca - SP;
2 – Uninove Santo Amaro - Rua Amador Bueno, 389/491 - Santo Amaro - SP;
3 – Uninove campus Memorial - Rua Deputado Salvador Julianale, s/n - Barra Funda - SP

sábado, 17 de setembro de 2011

Entrevista – Francisco de Aquino Junior: “Toda teologia é social: queira ou não queira, tenha ou não tenha consciência disso”






"Toda teologia é social: queira ou não queira, tenha ou não tenha consciência disso”. Esta é uma das frases contidas na entrevista concedida recentemente pelo teólogo e escritor Francisco de Aquino Junior à ADITAL. Aqui, ele fala sobre o caminhar da Teologia da Libertação e seus desdobramentos durante essas últimas décadas.
Francisco Aquino Junior é Doutor em teologia pela Westfälische Wilhelms-Universität de Münster (Alemanha), professor de teologia na Faculdade Católica de Fortaleza e presbítero da Diocese de Limoeiro do Norte, no Ceará. Publicou ainda A teologia como intelecção do reinado de Deus: o método da teologia da libertação segundo Ignácio Ellacuria.


ADITAL - Seu livro A dimensão socioestrutural do reinado de Deus – Escritos de teologia social foi lançado há poucos dias pela Editora Paulinas. É o segundo livro que você escreve a partir da teologia da libertação. O que isso significa em termos eclesiais? É uma novidade?  


Francisco de Aquino Junior - Significa, em primeiro lugar, que continua existindo uma Igreja da libertação, comprometida com os processos históricos de libertação. Porque existe também uma Igreja comprometida (por aliança ou por omissão) com os processos históricos de dominação – tanto no passado quanto no presente. E significa, em segundo lugar, que esse compromisso da Igreja com os processos de libertação e os próprios processos de libertação enquanto tais são refletidos e sistematizados teologicamente. É o momento teórico de um processo histórico-práxico. No início da década de 1970, Gustavo Gutiérrez já falava da teologia como "reflexão crítica da práxis histórica à luz da Palavra”, como "um momento do processo por meio do qual o mundo é transformado, abrindo-se ao dom do reino de Deus”. E Ignacio Ellacuría, nesse mesmo período, falava da teologia como "momento consciente e reflexo da práxis eclesial” que é a práxis do reinado de Deus.
Neste sentido, o livro não constitui propriamente uma novidade. Ele se situa dentro da tradição teológica que vem sendo desenvolvida na América Latina e mundo inteiro nos últimos 40 anos, conhecida como Teologia da Libertação (TdL). O que pode ser novo é o modo de tratar certas questões (fé-política, dimensão social da fé), a abordagem de problemas mais recentes (globalização, meio ambiente, povo da rua) e o próprio fato de se continuar fazendo TdL frente à insistência dos profetas de calamidade, comprometidos com os impérios de ontem e de hoje, em "anunciar” o fim ou a morte de uma teologia comprometida com os pobres e oprimidos deste mundo.


ADITAL - Na introdução do seu novo livro você afirma que a Teologia da Libertação e as que dela derivaram, são sociais, sendo o ser humano um ser social (seu saber é social, seu trabalho, etc.). Esta é uma característica específica desta teologia?


Francisco de Aquino Junior - Toda teologia é social: queira ou não queira, tenha ou não tenha consciência disso. Ela trata da história da salvação que tem uma dimensão social constitutiva; ela responde ou corresponde a determinados interesses sociais; ela está ligada a uma tradição eclesial que é uma força social; ela utiliza mediações teórico-conceituais socialmente produzidas e mediadas; e tem sempre um caráter conflitivo. O que acontece é que nem sempre ou quase nunca (por ingenuidade ou por má fé) os/as teólogos/as assumem explicitamente o caráter social de suas teologias nem muito menos se perguntam a quem servem/interessam essas teologias ou quem se dá bem com elas. A TdL é uma das poucas teologias que desde o início assumiu explicitamente tanto seu caráter social, quanto o lugar social a partir de onde ela deve ser produzida e onde ela deve ser testada/provada: o mundo dos pobres e oprimidos.
Dito isto, é preciso evitar um mal entendido acerca da TdL. O fato de ter uma dimensão ou um caráter social constitutivo, não significa que seja uma teologia das questões sociais, como defendia no passado e voltou a defender nos últimos tempos Clodovis Boff. A TdL não é simplesmente uma teologia do social. Ela trata de tudo, inclusive ou mesmo especialmente do social, a partir e na perspectiva do reinado de Deus, cujo critério e cuja medida são sempre as necessidades dos pobres e oprimidos deste mundo (Mt 25, 31-46; Lc 10,25-37). Na medida em que trata da história da salvação ou do reinado de Deus, trata de Jesus Cristo, trata do mistério de Deus, trata do ser humano, trata da Igreja, trata dos sacramentos etc., e trata também de questões mais direta e explicitamente sociais, como é o caso do livro que estamos comentando.
Nesta perspectiva, falar de Deus é tão importante e tão teológico quanto falar dos processos de organização e estruturação coletivas da vida humana – sempre a partir e em vista do reinado de Deus. E não sejamos ingênuos. Não é que primeiro tenhamos que falar de "Deus em si” para depois falar da vida humana, pois todo discurso sobre Deus está mediado por uma experiência histórica concreta. No caso da tradição judaico-cristã, trata-se de uma experiência de libertação dos pobres e oprimidos que se constitui em critério do discurso sobre Deus, sobre a fé e sobre a vida em geral.


ADITAL - Entendemos que a teologia nasce dentro da fé que se pauta pela prática da vida de Jesus Cristo. Portanto uma única referência com práticas e teologias diferenciadas, a partir das culturas e das diferentes situações sociais?


Francisco de Aquino Junior - O que está em jogo na fé e na teologia cristãs é sempre a realização histórica do reinado de Deus, como afirmamos há pouco. E o reinado de Deus diz respeito não somente a Deus, mas a seu reinado sobre a vida humana e mesmo sobre a totalidade da criação. Neste sentido, a teologia deve tratar de todas as questões e de todas as dimensões da vida humana, sempre a partir dos pobres e oprimidos e sempre na perspectiva de sua libertação. Esse "a partir de” e "na perspectiva de” é o que permite falar de TdL no singular. Mas na medida em que trata de questões ou dimensões específicas, constitui-se como uma realidade plural. E isso é o que justifica falar de teologias da libertação no plural: feminista, negra, indígena, ecológica, macro-ecumênica etc.
Em síntese, a teologia é plural, na medida em que trata de temas, questões, dimensões e perspectivas distintas e o faz com distintas mediações prático-teóricas. É singular, na medida em que, tomando como critério a experiência bíblica de Deus, trata tudo isso a partir e na perspectiva dos pobres e oprimidos.



ADITAL - Até hoje, para muitos cristãos, o modelo da igreja ocidental era único e hegemônico, mas existem modelos diferentes e até conflitantes de igreja. Esses modelos são igualmente legítimos?


Francisco de Aquino Junior - Embora não exista acima nem independentemente das culturas, a Igreja não pode se identificar sem mais com nenhuma cultura. Deve encarnar-se nas mais diferentes culturas, sem perder a profecia nestas mesmas culturas. Mas isso é algo extremamente complexo e conflitivo, como se pode constatar no nascimento da Igreja "fora” do mundo judaico (Gl 2; At 15), na vivência da fé e em sua formulação teórica no mundo greco-helenista nos primeiros séculos, na ação missionária da Igreja ao longo de sua história e na chamada "mudança de época” que caracteriza o momento presente.
A tentação constante é absolutizar uma determinada configuração histórica da Igreja, o que normalmente vem junto da defesa (nem sempre explícita) de determinados privilégios e interesses. Creio que aqui é muito importante ter presente que nenhuma cultura nem nenhuma configuração histórica da Igreja é absoluta, por mais valiosa/evangélica que seja e que o caráter missionário da Igreja exige que ela esteja aberta a todas as culturas, que possa adquirir diferentes configurações. E o critério evangélico de discernimento das diferentes culturas, das diferentes configurações da Igreja e da legitimidade dessas diferentes configurações está dado na única exigência que o chamado Concílio de Jerusalém fez às igrejas nascentes no mundo "pagão”: "somente pediram que nos lembrássemos dos pobres, questão que me esforcei por cumprir” (Gl 2,10).



ADITAL - No nosso continente vários países já realizam mudanças radicais na política, na economia, etc. Na hierarquia eclesiástica, porém, não há abertura para realizar as profundas mudanças que vários setores da igreja estão reivindicando com sempre mais força. E aí? É melhor trabalhar para o Reino de Deus e ignorar as igrejas?


Francisco de Aquino Junior - A questão é bem mais complexa...Em primeiro lugar, creio que é importante recordar com o Vaticano II que a Igreja é o povo de Deus, com seus carismas e ministérios. Ela não pode ser identificada sem mais com os que assumem o ministério de presidência da comunidade, seja oficialmente (bispos, presbíteros), seja na prática (lideranças comunitárias, agentes de pastoral). Neste sentido, ignorar a Igreja seria ignorar a presença e ação dos cristãos no mundo, seu compromisso com a realização histórica do reinado de Deus.
Em segundo lugar, é preciso reconhecer os ventos contrários ao espírito do Concílio, as tentativas de frear e mesmo barrar o processo de renovação conciliar, a "volta à grande disciplina”, o eclesiocentrismo etc., que foi se impondo na Igreja, sobretudo a partir de João Paulo II e da geração de bispos por ele nomeada. Há quem diga que quase exterminaram a raça dos profetas no meio episcopal...
Em terceiro lugar, não podemos negar nem menosprezar as grandes mudanças que se deram na Igreja, particularmente na América Latina, nas últimas décadas. Seja no que diz respeito à identidade eclesial (missão como compromisso batismal e não como encargo da hierarquia), seja no que diz respeito à democratização eclesial (não apenas bispos e padres, mas também comunidades, pastorais e movimentos falam como Igreja e em nome da igreja), seja no que diz respeito àquilo que constitui o centro da vida e da missão cristã (realização histórica do reinado de Deus). E não obstante todos os limites destes avanços e todos os conflitos que eles implicaram e acarretaram.
Em quarto lugar, não podemos ser tão otimistas/ingênuos com relação às mudanças econômicas e políticas que vêm ocorrendo em alguns países da AL nos últimos anos. É que elas que não são tão radicais como afirmam seus promotores e propagadores. Embora tenha havido um crescimento significativo das políticas sociais em alguns países e isso tenha ajudado a reduzir o índice de pobreza absoluta, quase não alterou a estrutura econômica neoliberal em curso. É o caso, sobretudo, do Brasil, onde, como indica Marcio Pochmann, a diminuição da "pobreza absoluta” (de 71,5% em 1978 para 31,4% em 2008) foi acompanhada de um crescimento da "pobreza relativa” (de 23,7% em 1978 para 45,2% em 2008): "a tendência positiva de redução da pobreza absoluta parece implicar na migração para a pobreza relativa”, afirma.
Tudo isso para dizer que o fundamental da vida cristã é o compromisso com a realização histórica do reinado de Deus na sociedade, em geral, e na igreja, em particular. E que tanto na sociedade como na Igreja há sinais de sua presença e há forças contrárias a seu dinamismo. O grande desafio para nós é identificar esses sinais e potencializá-los e combater essas forças contrárias. Sem esquecer que o fazemos como Igreja de Jesus Cristo... Muitas vezes, apesar da Igreja...


ADITAL - O Fórum Social Mundial como o fogo do Pentecostes se multiplicou em milhares de chamas: fórum da saúde, educação, ecologia, teologia, de parlamentares, etc. Em cada fórum há centenas de padres, bispos, religiosos/as, cristãos militantes e oficinas de trabalhos realizados por pastorais. Esta seria a prática de Jesus para ‘ser sal e luz do mundo'?


Francisco de Aquino Junior - Com certeza! Onde quer que se defenda a vida, que se lute pela justiça, que se esforce e se empenhe na construção de um mundo mais justo e fraterno ai está o Espírito do Deus de Jesus e aí tem que estar aqueles/as que se deixam conduzir por este mesmo Espírito. Pouco importa a confissão religiosa. Nem todo aquele que diz Senhor, Senhor toma parte no reinado de Deus, mas aqueles que fazem sua vontade... Isso não nega a importância e mesmo a necessidade da Igreja, mas simplesmente põe no centro aquilo que é central: a realização do reinado de Deus, cuja característica e cuja medida mais importante é a justiça aos pobres e oprimidos deste mundo. Neste sentido, bem diz o profeta Pedro Casaldáliga, "tudo é relativo, menos Deus e a fome”...


 Fonte: http://www.adital.com.br